O cofundador da DWF resumiu assim: “Um protocolo onde o usuário entra com qualquer ativo, obtém rendimento e pode sair com qualquer ativo, para qualquer destino — essa é a Falcon Finance.”
Essa é uma proposta abrangente, que supera em muito o escopo de um projeto tradicional de stablecoin. É isso que faz a USDf realmente se destacar. O mercado de stablecoins já está saturado — a ponto de muitos projetos parecerem idênticos, tornando a diferenciação um desafio. No fim, vencem aqueles que inovam de verdade.
No entanto, ser diferente não garante, por si só, que a Falcon esteja certa — ou que vá liderar o mercado. O que torna a Falcon única e será que essa característica pode dar à empresa uma vantagem real?
A USDf, principal produto da Falcon Finance, tem uma trajetória original e marcante.
A Falcon Finance foi criada por líderes da DWF Labs, sendo que o cofundador Andrei Grachev também atua como managing partner da Falcon.
A DWF Labs e a DWF Ventures se destacam como formadoras de mercado e gestoras de investimentos do setor. Elas participaram do market making das principais altcoins e grandes meme coins, mostrando resultados expressivos no atual ciclo. Esta é a primeira vez que um dos maiores market makers lança uma stablecoin diretamente.
A estratégia de rendimento da Falcon Finance se baseia em operações de trading com proteção (hedge) em grande escala — semelhante ao modelo Ethena — com distribuição dos lucros gerados para os usuários. Ou seja, é uma operação de trading envolvida em um protocolo de stablecoin com rendimento. (Veja: Beneath the Stablecoin Surface: Is ENA True Innovation or Just a Valuation Mirage?)
Como market maker, a Falcon já nasce com vantagem em estratégias de trading e geração de rendimento.
A base de capital da Falcon Finance também se destaca.
A Falcon conta com o respaldo direto da DWF Labs. Em abril, a DWF Labs investiu US$ 25 milhões, a um preço médio de US$ 0,10, na World Liberty Financial (WLFI) — um projeto cripto associado à família Trump — e se comprometeu a apoiar a liquidez da stablecoin USD1. (O mercado também acredita que a DWF Labs será a principal formadora de mercado dos tokens WLFI.)
Em 30 de julho de 2025, a Falcon Finance anunciou um aporte de US$ 10 milhões da WLFI — o primeiro investimento da WLFI em um protocolo de stablecoin. A WLFI emite sua própria stablecoin referenciada em dólar, a USD1, lastreada por ativos reais como títulos do Tesouro americano e caixa. Ambas as partes informaram que esse investimento acelerará a compatibilidade cross-chain da Falcon e facilitará integrações técnicas entre USDf e USD1.
A Falcon já confirmou que o USD1 foi adicionado à lista de ativos aceitos como colateral, e a equipe lançará uma ferramenta de swap cross-chain entre USDf e USD1, criando uma relação complementar entre ambas as stablecoins.
Os tokens WLFI já estão disponíveis nos futuros pré-mercado da Binance, com avaliação totalmente diluída acima de US$ 20 bilhões. Outras moedas ligadas ao ecossistema, como a DOLO, também tiveram desempenho relevante recentemente. Esse respaldo de capital, aliado ao “conceito WLFI”, deve se tornar um diferencial competitivo para a Falcon.
O modelo operacional da Falcon — incluindo suas fontes de receita e o mecanismo de emissão — a diferencia do restante do mercado.
Outras stablecoins também obtêm rendimento com lucros de operações protegidas, como o USDe/sUSDe do Ethena Protocol. Stablecoins tradicionais são totalmente lastreadas em moeda fiduciária; já o USDe da Ethena é um dólar sintético que utiliza BTC, ETH, SOL e outros criptoativos como garantia, pareados a posições em contratos perpétuos para proteção delta, além de manter stablecoins tradicionais para estabilidade adicional.
As fontes de receita da Falcon, aliadas à arbitragem de preços e a outras técnicas de market making, compõem uma estrutura de geração de rendimento ainda mais diversa e sofisticada.
Diferentemente da maioria das stablecoins, a USDf não tem lastro em um único ativo. Ela opera com supercolateralização e estratégias de hedge multinativos: cada USDf emitida deve ser garantida por mais de um dólar em ativos, com índices de colateralização entre 110% e 116% atualmente.
O design da Falcon permite que usuários emitam USDf a partir de uma variedade ampla de ativos. São aceitos como colateral as principais stablecoins (USDT, USDC, DAI), grandes criptomoedas (BTC, ETH, SOL) e vários altcoins. A Falcon já anunciou que, futuramente, mais tipos de ativos serão suportados, inclusive ativos reais tokenizados (RWAs).
Há duas maneiras de obter USDf: a primeira é a emissão via app oficial da Falcon (com análise KYC e valores mínimos exigidos), escolhendo entre uma opção de colateral tradicional ou inovadora (via opções). A segunda é a compra direta de USDf em exchanges descentralizadas (como Uniswap e Curve), sem exigência de KYC ou valor mínimo. Nas duas opções, o usuário acumula Falcon Miles — pontos de fidelidade do protocolo — porém, emitir USDf com colateral que não seja stablecoin garante multiplicador de pontos maior.
Após adquirir USDf, o usuário pode obter rendimento por diferentes canais:
No dia 26 de agosto, o suprimento circulante da USDf era de US$ 1,25 bilhão, colocando a stablecoin entre as 10 maiores em circulação entre os novos protocolos. O token sUSDf, que rende juros, tem oferta de 383 milhões de unidades e remunera a uma taxa anualizada de 8,48%.
Como já discutido, a visão da Falcon vai além do modelo habitual de stablecoin.
A Falcon Finance se apresenta como uma “infraestrutura universal de colateral”, com a meta de transformar diferentes tipos de ativos custodiados — incluindo tokens cripto, tokens atrelados a moedas fiduciárias e RWAs tokenizados — em liquidez sintética referenciada ao dólar em blockchain.
Ao invés de lançar “apenas mais uma” stablecoin, a Falcon quer se tornar uma camada de conectividade financeira entre vários ativos e mercados — permitindo ao usuário entrar com qualquer ativo, obter rendimento e sair, com qualquer ativo, para onde desejar.
O cofundador Andrei Grachev reforça repetidamente que a missão da USDf é trazer ativos tradicionais, como títulos públicos americanos e ações, para a blockchain — destravando liquidez e novos ganhos.
A Falcon viabiliza isso ao integrar estreitamente ativos do mundo real com aplicações DeFi (negociação, empréstimos, market making) por meio de um protocolo transparente e em conformidade regulatória. A equipe constrói confiança com rigorosos controles de risco, auditorias e um painel público de transparência — atestando que a USDf está sempre com mais de 110% de colateralização, comprovado por auditorias independentes. O time de produto ainda lançará relatórios de prova de reservas e auditorias mais detalhados regularmente, atendendo aos padrões de segurança e compliance exigidos por investidores institucionais.
Todas essas diferenças estão refletidas no plano estratégico da Falcon.
De acordo com o roadmap oficial, até o fim de 2025, a Falcon vai priorizar a integração de rampas em dólar e a expansão multichain. Isso inclui abertura de canais fiat regulados na América Latina, Turquia e Zona do Euro, possibilitando liquidações 24 horas, todos os dias, e o lançamento da USDf em Ethereum L2 e outras principais blockchains Layer 1/Layer 2 para maximizar a eficiência de capital cross-chain.
O time também busca parcerias com custodians e instituições de pagamento reguladas para oferecer produtos bancários com USDf, como gestão de overnight cash sweep e acesso a fundos de mercado monetário, além de cogitar serviços de resgate de ouro on-chain em polos financeiros globais (como Oriente Médio e Hong Kong). Até 2026, a Falcon planeja construir um “motor de ativos do mundo real” capaz de tokenizar debêntures corporativas, dívidas privadas e outros instrumentos, além de lançar produtos de investimento em USDf e títulos estruturados para atender, em escala, investidores institucionais.
A Falcon está intensificando incentivos para engajar a comunidade, como o Falcon Miles e o ranking social Yap2Fly.
O Falcon Miles é o sistema de pontos do protocolo — diretamente vinculado a possíveis futuros airdrops — conforme elegibilidade e formas de ganho já descritas.
O Yap2Fly, em parceria com a Kaito, combina Falcon Miles ao “Mindshare” conquistado com atividades em redes sociais (“Yaps”). Todo mês, os 50 primeiros colocados dividem cerca de US$ 50.000 em recompensas em USDf. O sistema de badges desbloqueia não apenas recompensas maiores, mas também possíveis bônus extras.
Em resumo, a Falcon Finance já superou US$ 1 bilhão em oferta circulante de USDf e valor total travado, tornando-se líder entre os protocolos de dólar sintético.
A principal diferença da Falcon está no uso de grandes volumes de colateral para criar liquidez on-chain. Esses ativos continuam gerando rendimento. O foco da equipe em gestão de risco rigorosa, compliance e integração de ativos diversificados foi pensado para atrair capital institucional — não apenas usuários tradicionais de DeFi.
No futuro, a Falcon Finance planeja expandir ainda mais a integração entre DeFi e o sistema financeiro tradicional, ampliando a diversidade de ativos e operando em múltiplos blockchains.